“Ações afirmativas na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul: uma análise dos efeitos para as identidades negras”
O tema proposto traz uma análise dos efeitos para as identidades negras, com o objetivo de explorar os efeitos da educação superior das identidades na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. No processo de colonização, as mesmas foram construídas como inferiores, dificultando até hoje o processo de sua afirmação, inclusive o acesso e permanência nas universidades.
Os sujeitos cotistas negros transformaram uma bandeira negativa em um fator de afirmação da identidade negra. Embora esse “fenômeno” tenha se manifestado na subjetividade individual de cada cotista, ele se torna coletivo ao irradiar-se praticamente ao conjunto dos cotistas, mas de forma não orientada e conduzida, e sim como uma prática, ainda que individualizada, também coletiva.
“Os afrodescendentes, por meio de muita luta, organização e resistência, subvertem a lógica da exclusão do ensino superior e, ao ocuparem este espaço, afirmam sua identidade cultural/racial, contribuindo positivamente para que mais sujeitos deste grupo cultural e de outros grupos culturais em situação de desvantagem sintam-se encorajados para lutar e ocupar lugares tradicionalmente frequentados pelos grupos dominantes” (BACKES, 2006, p. 432).
As identidades desses sujeitos cotistas carregam um fardo histórico que os projeta para um campo onde se trava uma batalha sem fim, onde o que está em jogo é a representação da identidade – não uma identidade linear, como propões a modernidade ocidental. Entretante, desse conflito é que surge a representação de sujeitos que reivindicam a afirmação de uma identidade “negra”, mas que se apresenta no traje da capacidade frente aos demais sujeitos sociais.
Os sujeitos cotistas deparam-se com os mesmo esteriótipos e preconceitos que encontram em seus cotidianos. O acesso dos negros à Universidade representa um processo de afirmação de suas identidades. Na maior