É muita história para um único povo
Dá de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede, pois são nas horas mais difíceis que as transformações chegam, ficam e tudo se converte. Só quem passou fome pra dizer como é gostoso o primeiro bocado depois de tanto tempo sem comer, só quem passou sede pra dizer como é gostoso o primeiro gole depois de tanto tempo sem beber. Não há um segredo, um caminho, uma chave. A questão é: “valorização”. Não valorizar a luz apenas depois que estiver no fim do túnel ou valorizar o caminho certo depois que estiver num labirinto. Os muçulmanos valorizaram aí deu no que deu.
“Conta-se, mas Alá é mais sábio, poderoso e bondoso, que existiu um rei, o mais poderoso entre os reis... E Sherazade lhe respondeu: De todo o coração e como tributo de homenagem devida! Se contudo, assim permitir este rei bem educado e dotado de boas maneiras! Quando o rei ouviu aquelas palavras, e como aliás tinha insônia, não se aborreceu por ouvir o conto de Sherazade. E Sherazade, naquela primeira noite, começou o seguinte conto...” Esse é o trecho da obra “As mil e uma noites”, clássico anônimo da literatura árabe que exerceria grande influência no ocidente no decorrer dos séculos. Mas afinal, que influência é essa?
Tudo começou com a fixação de aldeias árabes (também conhecido como sarraceno) nas costas do mar vermelho, era em cerca de 300 tribos rurais e urbanas, elas eram chefiadas pelos xeques. As que habitavam o deserto- denominadas beduínas- eram nômades e se dedicavam sobretudo à criação de camelo e ao cultivo de tâmara e de trigo. Já aquelas que moravam nos centros urbanos da faixa costeira do mar vermelho se ocupavam principalmente do comércio, com a organização de caravanas de camelo para o transporte de produtos. Ao encontrarem melhores condições climáticas e solo mais favorável à agricultura, esses grupos se fixaram e formaram cidades como Meca e Iatreb- a atual Medina.
E para aqueles que pensavam que a religião muçulmana sempre fora