índios isolados Xinane
Em entrevista à agência Amazônia Real, o coordenador-geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Funai, Carlos Lisboa Travassos, explicou que os índios isolados recém contatados foram identificados como o povo do rio Xinane, pertencente ao tronco linguístico Pano.
Sem resistência a doenças como a gripe, eles foram convencidos a tomar remédios pelos intérpretes da etnia jaminawá, que falam dialetos da mesma língua. O próximo passo é vacinar todo o grupo.
Travassos classificou a situação na fronteira como crítica. Na região há várias tribos compartilhando o mesmo território pacificamente. E a perspectiva é de que haja uma aproximação massiva do grupo indígena isolado na base da Funai do rio Xinane.
“No dia 26 de junho, aconteceu o primeiro contato dos índios isolados. Eles apareceram atravessando o rio Envira. A aldeia Simpatia (dos índios ashaninka) fica bem na margem do rio. Eles assopravam barulhos de animais”, contou Travassos.
“Foram contatos razoavelmente rápidos, de algumas horas, e depois eles retornaram para a mata. Foi assim nos dias seguintes. Os diálogos foram realizados por dois intérpretes muito habilidosos, que conhecem os dialetos da língua Pano, o mesmo tronco linguístico dos índios isolados: José Corrêa Jaminawa, de 70 anos, e o Almerindo Jaminawa, de 60. São pessoas muito experientes, que conseguiram manter uma comunicação plena com os índios e uma relação de confiança”, acrescentou.
Travassos relatou que, uma semana após esse contato inicial, quando os índios desconhecidos voltaram à aldeia Simpatia, percebeu que eles estavam com gripe.
“No dia 4 de julho, eles apareceram na aldeia Simpatia. Eu já estava lá. Depois, retornaram para a mata. No dia