Ética
Num mundo em que grande parte da população está em condições de miserabilidade, analfabeta, subnutrida, refugiada, violentada por guerras colonialistas, quem é o eu? Os letrados do centro, os acadêmicos da burocracia, os economistas do FMI e do Banco Mundial, os clérigos aburguesados? Quem é o eu? Quem não é o eu?
Dez anos após líderes mundiais prometerem cortar ao meio o número de famintos até 2015, relatório da FAO (organização da ONU para agricultura e alimentação) aponta que falta muito: há 854 milhões de subnutridos, 96% deles em países em desenvolvimento. Só três milhões a menos que em 1990. Dado o crescimento populacional, o percentual de subnutridos caiu de 20% para 17% no mundo. No Brasil foi de 12% para 8% (Folha de São Paulo, 31/10/2006, p. A-27).
A moralidade da modernidade é a Lei – com seu poder heterônomo e coercitivo. Neste sentido, a ontologia não tem moralidade uma vez que é dada e, portanto, não há escolhas. Se não há escolhas, não há