Ética
Sebastião Salgado: o problema da ética e da estética na
Fotografia Humanista
Carla Victoria Albornoz
Economista e cientista política da UBA (Universidad de Buenos Aires), também fotógrafa amadora. Atualmente se encontra na etapa final do Curso de especialização em Jornalismo Cultural, na Faculdade de
Comunicação Social da UERJ.
Resumo
A fotografia humanista de Sebastião Salgado tem gerado tanto polêmica, como admiração. A mensagem engajada que transmite através de suas imagens em preto e branco sobre a situação extrema na qual vive uma parte da população mundial impactam pela sua beleza. Alguns o consideram um fotojornalista com uma forte sensibilidade estética e humanitária. Para outros,
Salgado representa o maior expoente de um movimento que se aventura na procura de uma estética dentro da miséria. O que resulta inquestionável é que a temática que Salgado desenvolveu ao longo de seu trabalho foi a de apreciar a condição humana, independentemente do contexto, lugar, ou tempo. Através de uma técnica fotográfica purista, Salgado parece captar o que existe de mais essencialmente humano nas pessoas retratadas. A leitura de suas imagens parece simples, embora nelas estejam amalgamadas uma complexidade de elementos capazes de outorgar um caráter imaginário às imagens que transcende o aparentemente casual da fotografia, incrementando assim a profundidade da sua obra. Tornando visível aquilo que em aparências é invisível: a condição humana. Mas, além de tudo, a obra de Salgado abriu o debate sobre se é possível uma estética da miséria e quais são as suas implicações para as questões éticas.
Palavras-chave: Fotografia – Condição humana – Estética - Ética
Abstract
Sebastião Salgado’s humanist photography has generated as much controverse as admiration. His black and white images convey the extreme condition under which part of the world population lives, and transmit an impacting beauty. Some consider him a photojournalist with a