Ética
A gentileza é a posição do meio relativamente ao acesso de ira. Sendo a disposição da meio anônima – tal como também são anônimas as disposições extremas -, empregamos a denominação gentileza à posição intermédia, embora tenda mais a ser uma disposição de defeito.
O que se irrita justificadamente nas situações em que se deve irritar ou com as pessoas com as quais se deve irritar, e ainda da maneira como deve ser, quando deve ser e durante o tempo que deve ser, é geralmente louvado. Quem assim for é gentil, se é que a gentileza é uma disposição louvada.
Há excessos a respeito de todos os elementos circunstanciais envolvidos em um acesso de ira, mas certamente que nem todos os elementos circunstanciais estão feridos de um caráter indevido ao mesmo tempo e na mesma pessoa. Na verdade, o mal destrói-se a si próprio, se for integral, torna-se insuportável.
Os que são amargos por natureza dificilmente chegam a reconciliações, ficam zangados durante muito tempo e guardam ressentimento. A vingança faz cessar a ira, pois faz nascer dentro deles um doce prazer, ao expulsar a amargura do sofrimento.
E assim pois que as pessoas deste gênero são as mais importunas que há tanto para os seus melhores amigos quanto para os próprios.
Contrapomos, assim, mais o excesso do que o defeito a gentileza, porque se dá mais frequentemente, e porque, na verdade a vingança e mais própria do Humano e porque vivemos mais dificilmente com quem tem um mal feitio.
Não e fácil distinguir, a respeito do modo como nos devemos irritar, o seguinte: o modo como [nos devemos irritar], as pessoas com as quais [devemos irritar], os tipos e as circunstancias [em que irritamos]e o tempo durante o qual [nos irritamos].
Não é, contudo, fácil aferir a partir de qual quantidade e de que modo se torna repreensível quem se desvia do comportamento correto. VI
Nas formas de relacionamento social, no convívio, nas conversas, nas empresas conjuntas, há os que parecem ser obsequiosos. Estes são aqueles