Ética
Para Aristóteles, toda atividade humana tem como meta o que é considerado bom. Os fins supremos são fins em si mesmos, enquanto outros fins subordinados podem ser apenas meios para atingir os primeiros. Este bem acima de nossos fins é o sumo bem. Esta procura é mesmo uma arte suprema, arte mestra, que deve ser procurada não só pelas pessoas, individualmente, mas será muito melhor se for procurada coletivamente, na ordem política do governo. O objetivo da ética é a obtenção da felicidade. O vulgo consideraria equivocadamente que a felicidade equivale à obtenção de prazer, dinheiro e ostentação (o que para Aristóteles reduziria a vida a uma condição escrava e bestial). Aristóteles cita três tipos principais de vida: a felicidade vista apenas na fruição de prazeres; segundo, as honrarias da vida política e, finalmente, a vida contemplativa.
O filósofo considera a virtude uma excelência, isto é, um bom desempenho na realização de sua função própria. Como o que distingue os seres humanos dos animais é a racionalidade, o bem supremo deverá ser a atividade da alma racional em concordância com a virtude.
Ética a Nicômaco: Livro V
Neste livro Aristóteles fala da justiça e injustiça. Justo é o homem que pratica atos justos e o injusto o que pratica atos injustos. Segundo Aristóteles, a justiça é a virtude completa, ela resume todas as virtudes pois é o exercício delas. Do mesmo modo a injustiça é o vício inteiro, porém, o homem ganancioso, na maioria das vezes, não mostra seus vícios, mas sem dúvida tem uma dose de maldade e por isso deve ser repreendido com veemência.
Aristóteles também distingue tipos de atos injustos pelo grau de injustiça: um crime premeditado, projetado desapaixonadamente, é pior que o crime de uma pessoa momentaneamente encolerizada. O homem que comete adultério e com isso pretende ganhar algum dinheiro é pior que aquele que o faz por vontade carnal e sofre perdas por isso. Temos dois tipos de