ética x corrupção na sociedade moderna
É quase impossível não associar a corrupção à Política. Como sinônimo, a corrupção corresponde à degeneração dos princípios basilares que sustentam uma sociedade. Segundo os grandes clássicos do pensamento político, ela é a negação absoluta da virtude do homem público; enfim, a corrupção é o diagnóstico de uma doença congênita que leva à falência múltipla de todas as instituições e órgãos sociais.
Após a Revolução Francesa de 1789, o mundo ocidental elimina o despotismo das monarquias, que ainda reinavam na Europa, substituindo-as por uma espécie de embrião das atuais Repúblicas. No caso específico do Brasil, isso somente aconteceu, precisamente, 100 anos, quatro meses e um dia após a tomada da Bastilha francesa, ocorrida em 14 de julho daquele ano, evidentemente por razões políticas alheias àquelas, pois nossa emancipação política remonta ao empréstimo inglês para pagarmos aos portugueses pela nossa indagável independência. Infelizmente, a partir deste episódio, a história política brasileira passou a ser caracterizada por fatos marcados por trocas de favores, falcatruas e constantes engodos, todos envolvendo dinheiro, terras e vidas. Por conseguinte, herdamos esse apreço pela barganha, pela mentira, e, consequentemente, pela hipocrisia, como nos atestam nossos políticos, em sua grande maioria, além de alguns juízes, profissionais liberais, agentes de segurança, etc. Por outro lado, quando o assunto é lei, em nosso país, uma coisa é o que ela determina, e outra coisa é para quem, de fato, se destina e se aplica. Não obstante, o próprio conteúdo da asserção legal, embora universal e indistinto, torna-se passível de interpretação, normalmente subjetiva e fundamentada na precedência, o que o torna questionável e, por conseguinte, não tão confiável.
A corrupção assola todos os níveis da vida pública e privada. Na Política, os 513 Deputados Federais, os 81 Senadores da União, as 27 Assembléias legislativas do país