Ética e educação

E-FÓLIO A

Na nossa vida quotidiana deparamo-nos, de forma mais ou menos consciente, com problemas ético-morais. As normas ou regras morais não são imutáveis, elas “variam de sociedade para sociedade e modificam-se no decorrer do tempo“. Actualmente, face ao crescente avanço tecnológico e utilização da tecnologia da informação, surgem novos problemas éticos. Neste contexto e pelo facto de vivermos numa sociedade tendencialmente individualista, em que os valores morais vão sendo descartados, as relações com os outros desvalorizadas, onde a comunicação é cada vez menos presencial, e impera uma crescente desumanização das relações, torna-se quase óbvia a falta de ética na comunicação não presencial. No campo da prática moral ou da moral efectiva, “um acto moral só é considerado como tal, não por si só (como acto isolado), mas apenas na sua relação com o outro”. Quando interagimos presencialmente é fácil julgar o comportamento ou acto moral, este é julgado de imediato pelo interlocutor. Há uma reciprocidade no acto moral (praticado pelo agente moral) - análise (pelo interlocutor) - efeito (juízo efectuado pelo interlocutor) que se repercute na percepção que o agente tem do acto praticado. Quando a interacção não é presencial, ao não existir o outro em relação com o autor do acto moral, perde-se a essência do acto ou acção moral. -Uma conduta moral por si só não existe, ela só existe enquanto reflexo dos actos morais sobre o outro, anão ser assim apenas existe o acto moral isolado ou individual. Falando da utilização da tecnologia da informação podemos inferir que tendo o acto moral por si só ou isolado, como referência o Bem e mesmo pautando-se por este princípio, não soluciona o problema da falta de ética neste campo particular. O que é “Bem” para mim, sendo particular e individual, pode interferir com o “Bem” daqueles que comigo partilham esta tecnologia. Se me orientar por uma conduta egoísta cujo fim é apenas a utilização desta sem ter em conta os