Ética a Nicômaco
Cecília dos Santos Nascimento2
RESUMO
Este trabalho analisa o tema “a justiça e a injustiça nas considerações de Aristóteles” com base no Livro V da obra “Ética a Nicômaco” com o objetivo observar e compreender os conceitos e ideias contidos na obra do filósofo. Neste livro, Aristóteles reflete sobre a justiça e a injustiça, sendo a primeira uma virtude completa e a segunda o vício inteiro. Trabalha duas espécies de justiça: a geral e a particular. Verifica a proporcionalidade da justiça, descrevendo que o injusto transgride tal grandeza. Distingue as espécies de justiça correlata, onde não importa se um homem bom lesou um homem mau, ou se o contrário aconteceu, pois quem decidirá quem lesou e quem sofreu a lesão será o juiz exercendo papel de mediador. Destaca que a função da justiça deve ser apenas de reciprocidade, no sentido de não privilegiar ninguém, sendo apenas a base da convivência humana. Pondera a cerca justiça política e tipos análogos de justiça, observando justiça natural e justiça legal. Relaciona o justo como o legal, e o justo como o proporcional e o equitativo. Ressalta que a justiça não é uma maneira de agir, mas uma disposição interna, algo essencialmente humano. O filósofo acredita que a equidade não é idêntica à justiça, mas superior a ela, que funciona como correção de uma lei quando essa já não é suficiente e não prevê casos particulares.
PALAVRAS-CHAVE: Justiça. Virtude. Proporção. Equidade
I. Introdução
No Livro V Capítulo Aristóteles faz sua análise filosófica acerca da justiça e da injustiça do homem, bem como analisa as espécies de justiça que visam garantir a sobrevivência do indivíduo em sua pólis. Evidenciando a justiça como a mais elevada forma de virtude completa, pois é onde se encontram todas as outras virtudes. Enfatiza que ser justo é observar o meio-termo entre os extremos. O filósofo estabelece que a justiça é parte da virtude perfeita e que a