Ética para um jovem
Fernando Savater, filósofo espanhol, dirige-se neste livro ao seu filho Amador, tentando cativar e motivá-lo para reflexões sobre ética.
O escritor começa por invocar o “bem” (aquilo que nos convém) e o “mau” (o que não nos é favorável) e fundamenta a ideia de que a liberdade é a base de todas as nossas acções, fazendo também uma breve abordagem ao determinismo. Exemplifica estas correntes filosóficas com um exemplo concreto: comparando Heitor (o melhor guerreiro de Tróia), de Ilíada de Homero com as formigas térmitas-soldado, que protegem a sua tribo por instinto animal, ao contrário de Heitor, que é livre de escolher lutar ou não. A sua definição de Ética é, neste capítulo “a arte de viver”.
Savater insiste na noção de liberdade, referindo que nem sempre fazemos aquilo que queremos devido às circunstâncias que se impõem e que há diferentes motivos (“razão que tens ou pelo menos julgas ter para fazer alguma coisa”) que nos levam a agir, havendo três tipos diferentes de motivos: ordens (o que nos obrigam a fazer), costumes (hábitos) e caprichos (vontade impulsiva e momentânea). Menciona que os motivos têm pesos diferentes conforme as circunstâncias e que, por vezes, devemos agir autonomamente sem seguir ordens ou costumes e pondo de parte os nosso caprichos. É necessário analisar a fundo o que se faz, tendo raciocínio próprio e sabendo avaliar se uma acção é ou não positiva.
O segredo para praticar o bem é então agir em função de ter uma vida boa. Para isso, é necessário ter uma visão a longo prazo, tendo noção daquilo que será benéfico para nós mais tarde e não no instante (capricho). O autor dá-nos um exemplo bastante