ética na sociedade atual
AUTOR:
Arq. Saint Clair Nickelle
“Não é a vontade de seguir as leis que faz com que as pessoas se comportem como espera a sociedade e, sim, o medo de serem punidas.”
SERIA A CONDUTA ÉTICA VOLTADA À REALIDADE DE CADA ÉPOCA?
Não há uma resposta absoluta para a questão, mas somos capazes de reconhecer, historicamente, a ocorrência de alterações significativas no ambiente social. Em especial, a transformação vertiginosa das sociedades rurais em urbanas.
O que caracteriza a sociedade urbana, entre tantas, é a exacerbação dos conflitos de interesses. O homem, desde as informações mais remotas que temos, vive em grupo, em sociedade portanto, daí a afirmação axiomática: “o homem é um animal social por natureza”. O grupo primitivo existia porque interesses comuns o constituíam. O conflito predominante se dava com outros grupos.
O processo de urbanização acelerada que ocorre no Brasil e, em outros países, passou a confrontar, em cada urbanita, um desafio novo decorrente dos relacionamentos que a urbe, por sua constituição física e legal, exige em relação as crenças e valores de cada pessoa, algumas inclusive obtidas no meio rural.
No meio rural, ainda hoje, valoriza-se a palavra dada, como afirmação de comportamento de uma dada pessoa. No meio urbano o que determina o ponto de entendimento é o contrato, a regra, a lei. Variáveis externas que regulam as relações, atrofiando o crédito na pessoa – seus valores e crenças.
Para sobreviver no meio urbano, o urbanita recriou o GRUPO DE REFERÊNCIA, à semelhança do primitivo, para comungar os mesmos interesses e defender suas convicções. Daí surgiram as associações, os partidos políticos e, até as gangues, etc...
Reconhecemos, portanto, que a conduta ética da maioria decorre, hoje, mais da qualidade intrínseca das regras, do modo participativo como foram estabelecidas e da seriedade com que devem ser cumpridas, do que da vontade individual.
A urbanidade, que traduz