Émile durkheim (pesquisa bibliográfica)

321 palavras 2 páginas
Até o decênio de 1980, os “excluídos” eram vistos como resíduos esquecidos pela prosperidade dos trinta anos que se seguiram ao pós-guerra. Já em meados de 1980 começaram a ser considerados como algo estrutural, ao mesmo tempo em que o desemprego se mostrava essencialmente como subproduto do desenvolvimento tecnológico e científico, “por sua capacidade de liberar mão-de-obra e, no caso dos que conseguem emprego, de precarizar a relação empregatícia clássica, que era a do contrato de trabalho por tempo indeterminado” (1997, p. 49).
No tocante ao primeiro traço, Robert Castel considera que o uso impreciso do conceito exclusão oculta e, ao mesmo tempo, traduz o estado atual da questão social, pois se detém nos efeitos mais visíveis e imediatos da crise, reduzindo-a erroneamente a aspectos pontuais e não a “um processo geral de desestabilização da condição salarial” (1997b, pp. 32 e 33). Na França, por exemplo, a fragilização das proteções historicamente conquistadas no mundo do trabalho explicaria a vulnerabilidade das massas e, no limite, a chamada “exclusão”[1] (1997b, p. 33).
Podemos dizer que o uso desse conceito rotula a “exclusão” sem analisar de onde provém, autonomizando situações-limite que só fazem sentido quando colocadas num continuum. Como conseqüência, usualmente percebemos que a luta contra essa mesma “exclusão” se reduz a um pronto-socorro social, fomentando propostas reparadoras e pontuais ao invés de políticas preventivas e que de fato se proponham à transformação. “Economiza-se a necessidade de se interrogar sobre as dinâmicas sociais globais que são responsáveis pelos desequilíbrios atuais”. Dessa forma, seria um absurdo falarmos em situações fora do social, visto que de fato há os in e osout, mas estes fazem parte de um mesmo universo social. O que está em jogo, portanto, “é reconstruir o continuum de posições que ligam os in e os out, e compreender a lógica a partir da qual os in produzem os out” (CASTEL, 1997b, p.

Relacionados

  • trabalho revisado
    597 palavras | 3 páginas
  • trabalho filosofia jurídica
    528 palavras | 3 páginas
  • yudo
    782 palavras | 4 páginas
  • Emile Durkheim
    1705 palavras | 7 páginas
  • COL GIO DIN MICO
    1174 palavras | 5 páginas
  • Emile Durkheim
    833 palavras | 4 páginas
  • Humanidades
    1587 palavras | 7 páginas
  • Trabalho de matemática
    1086 palavras | 5 páginas
  • karl marx
    3074 palavras | 13 páginas
  • Durkheim: importância para sociologia, desenvolvimento e caracterização de seu método de pesquisa
    1103 palavras | 5 páginas