Émile durkheim (pesquisa bibliográfica)
No tocante ao primeiro traço, Robert Castel considera que o uso impreciso do conceito exclusão oculta e, ao mesmo tempo, traduz o estado atual da questão social, pois se detém nos efeitos mais visíveis e imediatos da crise, reduzindo-a erroneamente a aspectos pontuais e não a “um processo geral de desestabilização da condição salarial” (1997b, pp. 32 e 33). Na França, por exemplo, a fragilização das proteções historicamente conquistadas no mundo do trabalho explicaria a vulnerabilidade das massas e, no limite, a chamada “exclusão”[1] (1997b, p. 33).
Podemos dizer que o uso desse conceito rotula a “exclusão” sem analisar de onde provém, autonomizando situações-limite que só fazem sentido quando colocadas num continuum. Como conseqüência, usualmente percebemos que a luta contra essa mesma “exclusão” se reduz a um pronto-socorro social, fomentando propostas reparadoras e pontuais ao invés de políticas preventivas e que de fato se proponham à transformação. “Economiza-se a necessidade de se interrogar sobre as dinâmicas sociais globais que são responsáveis pelos desequilíbrios atuais”. Dessa forma, seria um absurdo falarmos em situações fora do social, visto que de fato há os in e osout, mas estes fazem parte de um mesmo universo social. O que está em jogo, portanto, “é reconstruir o continuum de posições que ligam os in e os out, e compreender a lógica a partir da qual os in produzem os out” (CASTEL, 1997b, p.