Âncora Cambial
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“Como em outros países da América Latina em busca do combate a processos inflacionários crônicos, o Brasil também adentrou no chamado plano de estabilização baseado nas taxas de câmbio. Nesse tipo de plano, a taxa de câmbio se torna uma âncora nominal da economia, envolvendo a determinação e a manutenção de certo patamar para a taxa nominal de câmbio.
Com isso, o tamanho da base monetária passa a não mais depender das decisões isoladas dos bancos centrais desses países, mas da quantidade de reservas internacionais acumuladas e das leis e regras que relacionam o estoque de reservas com a criação de moeda.
A sustentação da âncora cambial foi viabilizada pela ampla captação de recursos externos de forte liquidez internacional. Ao conferir estabilidade ao valor da moeda pelo fato do Real estar lastreado abundantemente em dólares, o Plano Real garantiu a confiança dos investidores e fez com que os agentes econômicos passassem a demandar a moeda doméstica.
Enquanto o volume de dólares fosse maior do que o M1, toda e qualquer conversão de reais em dólares estava garantida, o que trazia tranquilidade aos investidores, que assim não precisavam se preocupar com desvalorizações cambiais repentinas para impedir o esgotamento das reservas internacionais.
Inicialmente, houve a adoção de política de câmbio de livre flutuação – que ficou em vigência no período de julho de 1994 a fevereiro de 1995 – e permitiu a entrada de recursos externos, provocando a apreciação da taxa de câmbio.
No momento da implantação do Plano Real, a paridade máxima entre o real e o dólar foi anunciada oficialmente como equivalente a R$1/US$, não sendo o limite inferior num primeiro momento oficialmente fixado (a institucionalização do regime de bandas com a determinação oficial de limites inferiores e superiores só ocorreu, de fato, a partir do final do primeiro trimestre de 1995).
Entre julho e