Álcool e câncer

INTRODUÇÃO
Câncer é o resultado de modificações genéticas, as quais produzem alteração nos processos de controle da proliferação celular, bem como diferenciação e controle da morte celular. Esta patologia pode ser causada por fatores externos e internos, estando ambos inter-relacionados. Os fatores externos se referem às exposições ambientais enquanto os internos são, na maioria das vezes, geneticamente determinados e estão relacionados à capacidade individual de se defender das agressões externas.
Nesse sentido, a exposição a agentes químicos, dentre eles o álcool, é também uma das condições potencialmente associadas ao desenvolvimento do câncer, por sua possível atuação como iniciadores (substâncias capazes de alterar o DNA de uma célula, a qual poderá futuramente originar o tumor) e/ou promotores tumorais (substâncias que estimulam a célula alterada a se dividir).
Os carcinógenos químicos são compostos eletrofílicos que atacam o núcleo de carga negativa do DNA podendo causar mutações que iniciam uma cadeia de eventos que leva ao câncer. Para que uma célula cancerosa se produza, é necessária uma longa série de eventos capazes de agredir continuamente o DNA celular.
O etilismo se destaca hoje como um dos mais graves problemas de saúde pública, devido às complicações sobrevindas no plano somático e psíquico, além de profunda repercussão no meio social. Entretanto, no Brasil, onde a prevalência do alcoolismo varia entre 7,6 e 9,2%, o álcool é igualmente subestimado como causa de diversas doenças.
O consumo excessivo e crônico de bebidas alcoólicas, ainda que não esteja associado ao fumo, aumenta o risco de desenvolvimento de câncer. Além do câncer de boca, esôfago, faringe e laringe, outros tipos de câncer são associados ao uso abusivo de álcool, como o de fígado e mama.
A associação ao tabaco aumenta significativamente as chances de um indivíduo desenvolver alguma neoplasia, sendo esses dois fatores os mais importantes no desenvolvimento de câncer oral,