Águas Subterrâneas
Água Subterrânea – Hidráulica de Poços
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ÁGUA SUBTERRÂNEA / HIDRÁULICA DE POÇOS
1. Introdução – Características dos meios porosos
Neste capítulo são estudados os escoamentos da água através dos meios porosos, dandose especial importância à Hidráulica de Poços. Adverte-se que não se aprofundam os estudos sobre a interação entre as duas fases, líquida e sólida, por ser esse assunto mais ligado à
Mecânica dos Sólidos.
Os meios porosos podem ser naturais ou artificiais. Os meios porosos naturais são fundamentalmente os aluviões1, constituídos por material granular, ou as rochas compactas fissuradas. Os meios porosos artificiais são os aterros, dos quais têm especial importância as barragens de terra.
Conceitos de isotropia e homogeneidade
O conceito de homogeneidade é fundamental para o estudo teórico do escoamento da água em um meio poroso. Diz-se que um meio poroso é homogêneo quando, em qualquer ponto, a resistência ao escoamento, em relação a uma dada direção, é a mesma. Dada a irregularidade dos meios porosos naturais, é preciso definir a escala de homogeneidade. Como exemplo, podese dizer que um aluvião com grãos de cerca de 1 mm de diâmetro será homogêneo à escala do dm2; já um maciço rochoso só poderá ser considerado homogêneo para dimensões da ordem de
100 vezes a maior dimensão dos blocos.
Um meio poroso é isótropo quando, qualquer que seja a direção considerada, a resistência ao escoamento (ou outra propriedade física) for a mesma em todas as direções. Em verdade, a maioria dos meios porosos naturais são anisótropos, isto é, não-isótropos. Com efeito, no caso de rochas fissuradas, as fissuras de origem tectônica, isto é, as fendas resultantes de deformações da crosta terrestre devidas às forças internas, são, em geral, orientadas segundo direções paralelas, perpendiculares às compressões que lhes deram origem; assim, a rocha tem o aspecto de paralelepípedos cortados por fissuras paralelas, que