Água: para muitos, um recurso infinito, inesgotável e pouco respeitado
Vista do espaço, a Terra parece ser um planeta com água em abundância – e é, ela cobre 2/3 da superfície terrestre. No entanto, estima-se que 40% da população mundial já sofreu com a falta de água e que 1/3 não dispõe da quantidade suficiente para atender as necessidades básicas. Isso acontece porque mais de 97% da água disponível compõe os oceanos. Apenas 2,4% dos recursos hídricos é doce e somente 0,02% está disponível em fontes que abastecem as cidades e pode ser consumida.
No país, a média de consumo da água por pessoa está cerca de 50 litros acima do que pesquisas realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) indicam como ideal: 110 litros por habitante/dia. Uma das razões para isso acontecer é que boa parte da população do país, principalmente nas regiões metropolitanas, ainda não havia sofrido com a escassez. Além disso, essas pessoas têm um padrão de consumo ainda mais alto que a média nacional, atingindo quase 200 litros por habitante por dia, o que coloca o Brasil dentre um dos 12 maiores consumidores de água per capita do mundo.
Assim, uma das possíveis soluções para que o consumo da água potável seja racional, é a mudança dos hábitos culturais da população. Isso é um grande desafio, pois o brasileiro, em geral, é irresponsável e abusivo neste aspecto, utilizando água perfeita para consumo próprio para lavar carros e calçadas, por exemplo. Na casa do brasileiro, o banheiro é onde há mais desperdício. Os culpados não são apenas a pia e o chuveiro: uma descarga de vaso sanitário pode gastar até 30 litros de água. Adotar uma tecnologia mais econômica pode reduzir esse gasto para apenas seis litros. São escolhas simples como esta que fazem toda a diferença para o meio ambiente e o bem-estar de cidades inteiras, evitando racionamentos e aumentando a capacidade de abastecimento das reservas de água locais.