Água no solo
Paulo Leonel Libardi
Descrevem-se inicialmente os aspectos básicos da retenção da água no solo, notadamente a teoria da capilaridade, visando principalmente à determinação da curva de retenção da água no solo pelos métodos do funil e da câmara de pressão de ar com placa porosa. Índices para quantificar a água no solo, em especial a armazenagem da água, são definidos em seguida. A energia da água, bem como o modelo dos potenciais e, então, as equações de fluxo da água no solo, são tratados com certo detalhe. O texto termina com uma discussão resumida a respeito do balanço de água no solo.
1 RETENÇÃO DA ÁGUA NO SOLO
Nesse estudo, o solo será considerado simplesmente como um conjunto de partículas sólidas de diversas formas e tamanhos, entremeadas por poros interconectados também de diversas formas e tamanhos. Pode-se dizer, portanto, que o solo é composto basicamente de duas partes: a parte sólida, denominada sólidos do solo, partículas do solo ou ainda matriz do solo, e a parte não ocupada pelos sólidos, denominada espaço poroso ou poros do solo.
Normalmente o espaço poroso do solo no campo é ocupado por quantidades variáveis de uma solução aquosa denominada água no solo e de uma solução gasosa denominada ar no solo; o solo nesta situação é dito estar não saturado. Quando o espaço poroso do solo estiver totalmente cheio de água, o solo é dito estar saturado.
Dois são os processos que explicam a retenção da água num solo não-saturado. No primeiro deles, a retenção ocorre nos chamados poros capilares do solo e pode ser ilustrada pelo fenômeno da capilaridade, o qual está sempre associado a uma interface curva água-ar. No segundo processo, a retenção ocorre como filmes de água presos às superfícies dos sólidos do solo, pelo fenômeno da adsorção.
Desses dois fenômenos, o mais relevante é o da capilaridade daí ser devotado a ele um item especial, a seguir, sob o título tensão superficial e capilaridade.
Com relação ao processo de