Água: De onde vêm, para onde vai.
Fala-se muito em recursos hídricos hoje em dia. Ao passarmos por uma crise no abastecimento público da maior metrópole brasileira isso já era de se esperar. E não é de hoje que São Paulo tem problemas com a falta de água. Há mais de uma década, especialistas vêm alertando para esta possibilidade (VIOMUNDO, 2014). E como mostra o Departamento Estadual de Água e Energia Elétrica (DAEE) em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA), já ocorre diminuição da disponibilidade prevista de captação de água do Sistema Cantareira para o abastecimento da capital paulista (ANA, DAEE, 2014). Entretanto, quais as causas e consequências deste problema social e ambiental, mas que é também, eminentemente, político e econômico?
A água para abastecimento público é retirada de mananciais superficiais como rios, lagos e represas. Estes tem seu nível regulado pelas chuvas e também por interação com aquíferos livres que fazem parte da dinâmica deste sistema hídrico. Poços artesanais do tipo “caipira” ou “cacimba” também são utilizados para abastecimento onde não existem sistemas de encanamentos para distribuição e esgotamento ou para suprimento de pequenas propriedades rurais. Porém, com o avanço da técnica, indústrias e grandes propriedades agrícolas passaram a utilizar poços profundos, conhecidos como artesianos, para utilização comercial da água (IORIS, 2013).
A água, então, chamada de recurso hídrico, por ter valor econômico intrínseco, é retirada por empresas em volumes muito superiores aos que são usados por famílias e pequenas propriedades rurais. É neste momento que o problema de escassez hídrica tem se apresentado. Alguns municípios, também se utilizam de águas profundas para abastecimento público, ou por não dispor de recursos superficiais suficientes para toda a população, ou pelo aumento gradativo da própria população. Neste caso, a população passa a concorrer diretamente com empresas para a obtenção de água, que se traduz em médio e