ÁGORA VIRTUAL
Assim como diversos setores sofreram e ainda sofrem as mudanças decorrentes da inserção das novas tecnologias pelo advento da sociedade da informação, a democracia também ganha uma nova roupagem. Os instrumentos de participação democrática proporcionados pelas novas tecnologias representam a possibilidade de alargamento do espaço público e a consequente inserção organizada de setores diversos nos processos de definição de políticas pública. As interações humanas no ciberespaço revelam-no como ambiente construtivo de uma ágora contemporânea, em que os grandes debates públicos ou as trocas simbólicas processam-se na era da informação de forma transformadora. As múltiplas realizações no ambiente virtual dão-se sob égide de valores culturais, com outras relações, compondo redes de mobilização e troca que sustentam pela sua adversidade particular e por seu dinamismo. Resultam assim as realizações humanas em movimentos sociais tão antigos, na sua essência, quanto à própria humanidade, mas inovadores na forma dinâmica que assumem na instauração da cibercultura como marca da contemporaneidade. É fato que as interações humanas, que se deram historicamente nas esferas do público e do privado, ganham novos contornos temporais e territoriais possibilitados pelas tecnologias da informação e da comunicação, que interconectam atores e segmentos sociais de todos os cantos, na era da informação. Apesar disso não tem o condão de por si só, instaurar uma nova correlação de forças, afinal o que há de definir na ágora virtual, assim como se deu na ágora grega, as interações humanas e seus rumos, é a correlação de forças, que hodiernamente, para além do embate retórico haverá de envolver as novas interfaces e as trocas simbólicas. Por fim, ainda que repelindo a percepção ingênua de que a ágora eletrônica poderia reorientar as relações de poder de troca, é possível asseverar que o novo ambiente instaurado suscita novos desafios e outras possibilidades para interações