África
Durante o período que chamamos de Idade Média poderosos Estados se desenvolveram na África Ocidental - e por sua enorme riqueza, tornaram-se o principal eixo de comércio entre o mar Mediterrâneo e o interior da África.
Império de Gana
Na região entre os rios Senegal e Níger, os soninquês, fundaram pequenas cidades, que desde o século 4 foram se unificando, muito provavelmente para resistir às guerras com povos nômades. Pouco se conhece sobre tal processo, mas, no século 8, a região já era conhecida como Império de Gana.
Por muito tempo, o deserto do Saara dificultou o acesso dos povos do norte da África ao interior desse continente. Uma viagem do Magreb (região africana banhada pelo mar Mediterrâneo, exceto o Egito) até a bacia do rio Níger poderia durar até 4 meses em pleno deserto.
Dessa forma, enquanto o norte da África estava inserido no comércio entre diversos povos desde a Antiguidade (gregos, romanos, fenícios, cartagineses, líbios, persas, egípcios, árabes), o reino de Gana, na África Subsaariana (ou África Negra), pôde se desenvolver isoladamente.
Somente quando os árabes conquistaram o Magreb e introduziram o camelo como animal de transporte foi possível a viagem através do deserto. A partir de então, os reinos e as grandes riquezas da África Negra passaram a fazer parte do comércio internacional do Mediterrâneo.
Gana já era um reino rico antes da chegada dos comerciantes do norte, e são os documentos deixados por esses comerciantes que nos informam o que foi Gana, e relatam um império extraordinário, também chamado de Terra do Ouro. Segundo Al-Bakri, comerciante árabe de Córdoba, o rei de Gana usava túnicas bordadas a ouro, colares e pulseiras de ouro - e os arreios dos cavalos e as coleiras dos cachorros do rei eram de ouro.
O império de Gana tinha como capital Kumbi-Saleh. Dessa cidade, o rei e seus nobres controlavam povos vizinhos, obrigando-os a pagar impostos em troca de proteção. Além disso, Gana