S serviço social e a questão racial
Deusdedith Pereira de Almeida - 6º sem. Serviço Social
CAPITULO 1 INTRODUÇÃO
O Estado brasileiro historicamente empreendeu esforços para construir e manter a imagem de um país onde existe harmonia nas relações entre negros e brancos, mesmo no período do escravismo. A negação do preconceito e das práticas discriminatórias enraizou-se profundamente na história das relações raciais brasileiras, convivendo de maneira tensa com indicadores dramáticos de desigualdades raciais. Gilberto Freyre foi um dos principais defensores da idéia de que, no Brasil, a escravidão teria sido suave e amena, que os escravos eram dóceis e passivos, e os senhores, generosos e afetuosos em relação a eles (FREYRE, 2000). No entanto os dados disponíveis (IBGE, IPEA, DIEESE) contradizem e revelam a face das desigualdades raciais na sociedade brasileira. Apesar de todas as estatísticas apontarem à situação de discriminação vivida pela população negra, a omissão e o silêncio do Estado e da sociedade são fragrantes. Quando se manifestam, insistem em apontar como solução para a situação da população negra as políticas universais que, conforme inúmeros estudos já provaram, não dão conta de diminuir as desigualdades raciais. Sobre esta omissão do Estado e da sociedade Schurmaer e Vital (2007, p.45), apontam:
Por vezes parece que as questões relacionadas às populações de origem africana no Brasil são tratadas com certo distanciamento analítico, como se não tivessem existido os fatos, apenas as versões. Como se somente relatos históricos fossem e como se conseqüências não tivessem tido. [...] Nem governo e nem sociedade, ainda não expressaram de maneira continua e eloqüente o devido repudio as condições vividas por homens e mulheres negras no processo de construção deste país, assim como não foi dado o justo reconhecimento ao fundamental papel exercido pelas afro-descendentes em sua formação.
A relevância do tema deste