O uso do crack: um problema social restrito às metrópoles?
A sociedade atual se move pela industrialização e pelo consumismo e a alienação política e econômica em que vivemos acabam desumanizando o homem e conseqüentemente deixam de lado os valores humanos e afetivos. E o uso das drogas é uma forma de contestar e se evadir desse modo de viver social (Pratta, 2009). Com isso as drogas preenchem no indivíduo uma lacuna deixada pela sociedade e por meio desse prazer elas se tornam essenciais para o usuário.
Para Bucher (1992 apud Pratta, 2009) as drogas seguem a evolução das culturas, ou seja, a utilização e os tipos de drogas consumidos mudam conforme as condições sociais e culturais existentes. No passado as drogas eram um fator de integração social e atualmente tornou-se um elemento de doença social.
É o que demonstra a pesquisa sobre Dependência de álcool, cocaína e crack e transtornos psiquiátricos realizada por Scheffer, Pasa e Almeida (2010). A pesquisa indica que fatores genéticos (histórico familiar de uso de drogas) e/ou culturais podem estar envolvidos no consumo e dependência de álcool, cocaína e crack.
Segundo dados mundiais, no Brasil o crack representa 1,5% das drogas ilícitas de maior consumo e acessibilidade. O crack “(...) é uma substância de alta prevalência que pode vir a desencadear graves sintomas de agressividade e de psicose” (Scheffer, Pasa e Almeida , 2010). Dentre outros motivos, é por esse que a Organização Mundial da Saúde - OMS (2001 apud Pratta, 2009) destaca, que a dependência química deve ser tratada simultaneamente como uma doença médica crônica e como um problema social.
Na primeira metade do século XX, os indivíduos dependentes e usuários de álcool ou