O uso de tecnologias nos processos de trabalho e seus impactos
A mais-valia é um conceito fundamental da economia política marxista, que consiste no valor do trabalho não pago ao trabalhador, isto é, na exploração exercida pelos capitalistas sobre seus assalariados. É desta fonte (de trabalho não pago) que são tirados os possíveis lucros dos capitalistas. Uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, os empregadores podem usar duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa.
Na sociedade da informação a tecnologia é um importante mecanismo na geração de mais valia. Entende-se como tecnologia o processo de inserção dos instrumentos de trabalho, com suas respectivas bases técnicas, no âmbito das relações sociais de produção. No capitalismo atual, trabalhador e artefatos tecnológicos estão cada vez mais entrelaçados. Esse entrelaçamento chega a um ponto que não apenas aliena o trabalhador do que é produzido, mas também o aliena de si mesmo. Assim como o produto do trabalho, a força de trabalho despendida e o trabalhador são transformados em mercadoria, dotados de valor de troca.
Existem vantagens e as desvantagens no avanço da tecnologia nos processos de trabalho. Estas vantagens e desvantagens fazem com que a tecnologia exerça papéis/funções contraditórias. De um lado temos a possibilidade de explorar a tecnologia de modo a favorecer o trabalhador, fazendo com que os recursos tecnológicos sejam usados nas tarefas diárias. De outro, temos a tecnologia como uma forma de controle e poder.
A tecnologia não é uma necessidade natural e sim cultural, pois ao ser introduzida nos processos de produção, o trabalhador precisa adequar-se caso deseja manter-se no mercado de trabalho. Portando o trabalhador passa a ser parte do