O USO DE OBRAS DE ARTE COMO MEDIAÇÃO NA VERBALIZAÇÃO DE PERSPECTIVAS IMAGINÁRIAS: EM CENA, ALUNOS(AS) DAS ÚLTIMAS SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
Autor: José Carlos Abrão. Pedagogo, Mestre em Educação e Doutor em Educação pela FEUSP;
Professor Titular aposentado da UFMS; atualmente é Avaliador de Instituição e de Cursos Superiores junto ao MEC-INEP
Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
Guimarães Rosa
1.
A importância das artes torna-se evidente, entre outras razões, pelo uso propiciado pelo viver do cotidiano, conforme a literatura multifacetária em torno das artes nos mostra a respeito. A arte como processo e resultado (a própria obra) está em constante consonância com a própria realidade, principalmente em se tratando do cultural e, por implicação recíproca, também do social. Há uma proximidade de movimentos entre os esforços do artista e o histórico-coletivo que transcorre no e transcende o cultural e social. Se estas imbricações trazem consigo todo um complexo de envolvimento entre o artista e sua obra, o mesmo não será diferente, se assim é possível dizer, entre o trabalho docente e sua criatividade ao tornar a obra de arte mediação na busca do êxito dos fins educacionais colimados: há toda uma complexidade aí envolvida que poderá levar as intencionalidades do fazer docente para o apelo a uma prática pedagógica de menor esforço (Cf., p.ex., REIS, 2009 e PEIXOTO, 2009). O mesmo, numa situação semelhante, pode ser transposto para o uso de obras de arte como mediações nas verbalizações de alunos e alunas das últimas séries do Ensino Fundamental em torno de obras de arte em geral e em particular, de telas de Portinari. No transcorrer desta comunicação pretendo expor os resultados destas verbalizações.
* Esta pesquisa foi apresentada na Reunião Anual da ANPED (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação- Caxambu-MG, 2001).
Estes alunos