O técnico em contabilidade e o mercado de trabalho:
Em todos os países do mundo e em todas as épocas, o surgimento e o desenvolvimento da profissão contábil sempre estiveram associados à expansão comercial da região.
Como no Brasil o comércio local só se desenvolveu de maneira mais efetiva com a chegada da corte portuguesa ao país em 1807, e com a decretação da abertura dos portos, a profissão contábil, pelo menos sob os aspectos de estruturação e regulamentação profissional, é ainda bastante recente.
Antigamente, o profissional de contabilidade era conhecido de um modo geral como "guarda-livros" e se encarregava da escrituração dos livros mercantis das empresas comerciais. Muito embora já se utilizasse há bastante tempo a nomenclatura "contador geral", esta era reservada àquele profissional que atuava na área pública.
A antiga ocupação de guarda-livros, na verdade, deu origem ao atual profissional técnico em contabilidade. Entretanto, mais do que uma mudança de nomes, observa-se uma completa e complexa mudança do perfil desse profissional.
Além disso, as recentes mudanças no cenário econômico mundial têm confirmado a expectativa, anunciada por alguns estudiosos, da tendência de redução drástica dos níveis de emprego em função da retração do mercado de trabalho em todo o mundo.
Percebe-se claramente a contínua eliminação de algumas ocupações e espera-se que os próximos anos venham revelar ainda maiores mudanças nas relações de trabalho.
Como tais modificações têm influenciado o técnico em contabilidade? Quais são as competências hoje dele requeridas? Quais são as perspectivas da profissão para os primeiros anos desse novo século?
A pertinência dessas questões vai ao encontro do atual momento de reestruturação curricular do curso técnico em contabilidade que, apoiada na Lei nº 9.394/96 e legislações complementares, tem como princípio desenvolver competências para a laboralidade,