o tranalho no capitalismo
E, estas operações, foram sendo subdivididas em outras cada vez mais simples, até um nível em que puderam ser realizadas por máquinas. O trabalhador agora, ao invés de manusear um grande número de ferramentas necessárias à produção artesanal de um objeto, passou a operar máquinas através de manivelas. Ou foi fixado, ao lado de uma esteira elétrica, realizando através de instrumentos adaptados, operações repetitivas, fragmentadas, cada vez mais simples, exigindo mais rapidez e menos capacidades intelectuais.
Você deve estar se perguntando: o que isto tem a ver com a utopia?
Pra entendermos esta relação é preciso primeiro compreendermos o que é utopia. Embora já tenhamos tratado disto nos primeiros cadernos de nossa série, vamos retomar aqui, porque é muito importante para o tema deste caderno.
Quando falamos de utopia, lembramos de algo distante, um sonho.
E é isto mesmo! Porém, não estamos falando de um sonho que temos quando estamos dormindo, tão pouco de um sonho que vamos viver após a morte ou no céu. Ou seja, não estamos falando de algo transcendental, que está acima da realidade concreta ou da possibilidade humana de realização.
Utopia pra nós é um sonho possível. Algo que ainda não se realizou, mas pelo qual podemos lutar porque está ao alcance das mãos humanas. Pode ser construído histórica e socialmente.
Para mim o utópico não é o irrealizável; a utopia não é o idealismo, é a dialetização dos atos de denunciar e anunciar, o ato de denunciar a estrutura