O trabalho no brasil
O mundo de alta tecnologia e competição global elimina empregos e cria no-vos vínculos no mercado de trabalho. O Terceiro Setor e os informais ocupam o es-paço, impulsionados por iniciativas governamentais, como o Banco do Povo.
1. Sociedade encontra opções para trabalho e renda
Somos o oitavo maior PIB do mundo, com produção próxima a 800 bilhões de dólares anuais. Entretanto, no ranking do PIB per capita, caímos para a 34ª posição entre os 133 maiores países. Segundo o PNAD, realizado pelo IBGE, temos 85 mi-lhões de pessoas, ou 54% da população, com renda inferior a R$ 132 mensais, mí-nimo utilizado como parâmetro pela Organização Mundial de Saúde para definir a pobreza. Desses, cerca de 17 milhões vivem em estado de miséria absoluta. Por Estado, o Maranhão possui 86% de seus habitantes abaixo da linha de pobreza. É o pior quadro do país.
A média no Nordeste é de 80% de pobres. Minas Gerais está em décimo lugar no país, junto com o Espírito Santo e Mato Grosso, com 55% de pobres. A sociedade ressente esse desnível e procura suas próprias soluções. O chamado Terceiro Setor reúne empresas, fundações e milhares de entidades que atuam prioritariamente na defesa do meio ambiente, assistência a menores e adolescentes, educação, questões de gênero, direitos humanos, saúde e cultura. Os exemplos se espalham de Norte a Sul do país, criando alternativas para geração de trabalho e renda. Segundo Cláudia Feres Faria, doutoranda em Sociologia e Política do Departamento de Ciência Política da UFMG, os movimentos sociais se caracterizam nos anos 90 por abandonar qualquer tipo de "associativismo ingênuo" e suas posturas reivindicatórias para realizar "ações propositivas".
Conforme a pesquisadora, busca-se reverter o desequilíbrio social estabele-cendo-se um interface com o Estado, ancorada na defesa da cidadania. Volta-se para a criação de novas alternativas de participação e intervenção. Essa dinamiza-ção e mudança de relacionamento