O trabalho do assistente social e as políticas públicas
Em nosso país a atenção do Poder Público com esse segmento populacional é recente e consequência de lutas sociais ocorridas nos últimos anos. O desinteresse do Estado pelas pessoas em situação de rua reflete a contradição com que a sociedade e a opinião pública tratam o tema: ora com compaixão, preocupação e assistencialismo, ora com repressão, preconceito e indiferença.
Trata-se da pobreza visível todos os dias, em meio ao ritmo do cotidiano da cidade formal, divulgada com frequência pelos meios de comunicação, que, em alguma medida, refletem a indignação da população em geral, em especial das classes média e alta, que veem nesse público as contradições sociais expostas.
Mudar esse quadro é nossa preocupação, e o que nos remete a este estudo, é discutir a contribuição do Serviço Social na perspectiva de efetivação dos direitos sociais da população de rua.
Lutar por direitos sociais é, portanto, um processo de construção coletiva e, o Serviço Social constitui-se em um campo de resgate do protagonismo, transformando os usuários em sujeitos potencialmente revolucionários, onde suas ações devem ser pensadas no conjunto da sociedade, de forma totalizante, na perspectiva de progredir na construção da cidadania social e na transposição da subalternidade, enquanto direção social da profissão.
Assim, dar conta da questão social, hoje, é decifrar as desigualdades sociais, as formas de resistência e rebeldia da população na luta a favor dos direitos sociais, o que remete ao desafio de tornar os espaços de trabalho do Serviço Social enquanto espaço concretamente públicos, além de favorecer o exercício da cidadania.
Enquanto profissão interventiva, o Serviço Social responde às necessidades sociais derivadas do modo de produção vigente, pautado em um compromisso ético-político com a população com o intuito de fortalecer a organização e os processos de resistência dessa classe para o enfrentamento da Questão