O Trabalho De Campo
BOGDAN, Roberto C.; BIKKLEN, Sarr Knopp. O trabalho de campo. In: Investigação qualitativa em educação – uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora. 1994. P.113-133.
O trabalho de campo ocorre quando o pesquisador se insere no ambiente do grupo que será estudado. Essa inserção possibilita ao sujeito passar muito tempo com o objeto, isto garante ao investigador a observação dos fatos na prática e coleta de dados que não seriam comentados pelo objeto em um trabalho que não fosse de campo. Além disso, existe neste tipo de pesquisa uma queda na formalidade da interação sujeito-objeto que permite ao pesquisado falar mais abertamente com o investigador. Entretanto, para que isto ocorra, o pesquisador deve ganhar a confiança do objeto, esclarecendo que o que se descobrir não será utilizado contra o pesquisado.
Apesar do investigador se inserir no ambiente do pesquisado, ele não tem por objetivo criar laços duradouros com a cultura local. Ele pode se relacionar, mas com a meta de coletar dados para seu trabalho, entendendo como é ser o objeto, mas não quer sê-lo.
O trabalho de campo, portanto, sucede-se quando o pesquisador se integra momentaneamente para construir sua investigação. Ele procura se aproximar do objeto apenas para aprimorar sua pesquisa.
O trabalho de campo se baseia na observação participante. Ele nem sempre se encaixa em todas as formas de pesquisa qualitativa, mas envolve a maioria delas. O trabalho de campo possibilita o acesso a mais fontes e a percepção do contexto em que os materiais, sob análise, foram produzidos.
1- Como obter acesso ao campo
Existem duas formas de pesquisa em campo. A primeira é a “investigação dissimulada”. Nela o observador se integra à comunidade sem informá-la de seus objetivos. Ela pode se dar quando um cientista se candidatar a um emprego. Entretanto, é aconselhado que o investigador procure realizar seu trabalho através da segunda forma: a “abordagem objetiva”. Esta tem o esclarecimento