O TRABALHO ALIENADO
MARX / ENGELS – Por Florestan Fernandes
“O trabalho alienado”
Segundo Florestan Fernandes, a partir da Economia Política vem a obsessão pelo privado e a idéia de que quanto mais capital, melhor, limitando o detentor do capital a preocupar-se única e exclusivamente com tal, esquecendo-se da mão de obra que o produz. Com isso, se pressupõe que o trabalhador se torna refém do produto, mas se não for o trabalhador, objeto de interesse do capitalista, quem produziria, por conseguinte o acúmulo de riqueza?
O trabalhador, consequentemente, torna-se alienado no que Florestan
Fernandes relata no texto como “guerra entre os gananciosos, a concorrência”, perdendo sua identidade, e ainda cita (...) todas estas consequências estão na
determinação de que o trabalhador se relaciona com o produto do seu trabalho como um objeto alheio. Pois seguindo este pressuposto está claro: quanto mais o trabalhador se gasta trabalhando, tão mais poderoso se torna o mundo objetivo alheio que ele cria frente a si, tão mais pobre se torna ele mesmo, o seu mundo interior, tanto menos coisas lhe pertencem como seu próprio (...) fazendo com que o produto do seu trabalho se torne um objeto alheio, que não vai de encontro às suas necessidades, pois sua remuneração não condiz com o esforço empregado na produção, que por sua vez tão somente vai aumentar em progressão assustadora o acúmulo de riqueza na mão de uma minoria, condenando-o a estar privado do meio para a subsistência física do trabalhador, conforme o autor claramente descreve: (...) o trabalho é exterior ao
trabalhador, ou seja, não pertence à sua essência (...) que não se sente bem, mas infeliz, que não desenvolve energia mental e física livre, mas mortifica a sua mente.
O trabalhador, a partir desta exteriorização do seu trabalho, em favor da ganância de terceiros, tão somente “sobrevive” para suprir suas necessidades mais básicas, físicas, manutenção de existência, ficando subtraído de si toda