O TESTE DO CAPITALISMO

O TESTE DO CAPITALISMO
Com a economia de guerra os países procuram se tornar auto-suficientes, e produz-se uma notável aceleração na produção em massa, na mecanização industrial, na centralização das empresas, na emissão monetária e no controle do Estado na economia como um todo. De uma maneira geral o comércio exterior é sacrificado, o desemprego aumenta e ocorre uma elevação no nível de impostos para financiamento da guerra.
O esforço de guerra alemão e austríaco baseava-se totalmente em suas próprias indústrias e capacidade tecnológica, enquanto França e Inglaterra, quando se viram obrigadas a expandir suas indústrias bélicas, constataram que estavam obsoletas e passaram a depender da produção especializada dos Estados Unidos.
Os efeitos da Primeira Guerra mundial sobre o capitalismo podem ser destacados em função de que, em primeiro lugar a Europa perde sua posição hegemônica para os EUA e o Japão que se tornaram credores de empréstimos realizados. Em segundo, vários países periféricos foram obrigados a desenvolver uma incipiente industrialização substitutiva de importações que não mais se podia realizar no ritmo anterior à guerra. Em terceiro, a contribuição das colonias para o esforço de guerra foi substancial, levando as elites a permitirem alguma forma de autogoverno e a convicção de que a Alemanha pagaria pelos danos causados pela guerra.
Enquanto a Europa declinava, os EUA apresentaram durante os anos 20 uma grande prosperidade, com o controle estatal se reduzindo consideravelmente, levando ao renascimento do liberalismo econômico. As razões para esse notável crescimento foram as taxas de acumulação de capital e investimentos, crescimento demográfico e a expansão do crédito. No entanto, essa prosperidade escondia sob a superfície graves problemas como baixa taxa de lucros, concentração de renda e desemprego.
O neoliberalismo foi a prática de se privilegiar o uso do aparelho estatal para sanar as distorções que o mercado livre não conseguia superar.