O TERMO ETICA
Dadas essas coincidências etimológicas, não é de estranhar que os termos “moral” e “ética” apareçam como intercambiáveis em muitos contextos cotidianos: fala-se, por exemplo, de uma “atitude ética” para designar uma atitude “moralmente correta” segundo determinado código moral; ou diz-se que um comportamento “foi pouco ético” para designar para significar que não se ajustou aos padrões habituais da moral vigente. Esse uso dos termos “ética” e “moral” como sinônimos está tão difundido que não vale a pena tentar impugná-lo. Mas convém ter consciência de que esse uso denota na maioria dos contextos, o que aqui denominamos “a moral”, ou seja, a referência a algum código moral concreto.
Não obstante isso, podemos nos propor a reservar – no contexto acadêmico em que nos movemos aqui – o termo “Ética” para nos referir à Filosofia moral, e manter o termo “moral” para denotar os diferentes códigos morais concretos. Essa distinção é útil, pois se trata de dois níveis de reflexão diferentes, dois níveis de pensamento e linguagem acerca da ação moral, e por isso se torna necessário utilizar dois temos diferentes se não