O suícidio
“Durkheim acreditava que precisamos estudar a vida social com a mesma objetividade com que os cientistas estudam o mundo natural” (GIDDENS, 2005:29). Para Émile Durkheim, assim como se analisam as coisas e a natureza, deveria ser analisada também a vida social, sendo esta uma das principais funções da sociologia enquanto ciência. Durkheim apontava o estudo dos fatos sociais como a principal preocupação intelectual da sociologia, aos quais os métodos sociológicos deveriam ser aplicados já que estes (fatos sociais) influenciam em nossas ações no contexto social de várias maneiras, sendo O Suicídio um exemplo claro dessa coerção.
Apesar de outras pesquisas acerca do suicídio já terem sido realizadas anteriormente a análise do sociólogo, ele foi o primeiro a indicar uma explicação sociológica para este fenômeno. No livro em questão, um dos seus estudos mais famosos, Durkheim atribuiu diversos fatores que seriam as verdadeiras causas do suicídio, antes visto como um ato unicamente individual e psicológico. Nele, o sociólogo estabelece uma relação entre o comportamento suicida como consequência da relação do indivíduo com a sociedade na qual está inserido. Um ato aparentemente individual é na verdade condicionado por fatores sociais - e não unicamente pessoais como se costumava pensar – e pode ser explicado unicamente através deles. Ainda que muito se atribuam a fatores psicológicos derivados de medo, depressão, culpa, frustração ou qualquer outro interesse meramente pessoal as causas responsáveis pelo suicídio, Durkheim afirma que mesmo estes fatores, que são diferentes em cada suicida, derivam da relação que estes estabelecem com a sociedade, eliminando desta forma a convencional análise psicológica e individual desse fenômeno.
Durkheim utilizou-se primeiramente da denegação das hipóteses de causas extra sociais que definiam o suicídio como um fenômeno psicológico ou espacial, para defini-lo