o sus que queremos
O SUS que queremos, o SUS que temos e o SUS que podemos
RESUMO: O artigo analisa as diversas faces do Sistema Único de Sáude – SUS, apresentando seus princípios fundamentais, bem como as dificuldades que o sistema encontra para cumprir seus preceitos. São analisadas também as duas principais correntes de pensamento e algumas de suas propostas para a reformulação do sistema, tendo em vista que ambas demonstram alguma insatisfação com o modelo atual. Por fim, o trabalho discute o financiamento do sistema e algumas propostas de mudanças no modelo vigente.
Introdução
A saúde sempre esteve entre as maiores preocupações do povo brasileiro.
Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE em 2010 com eleitores brasileiros, a maioria
(45%) dos entrevistados apontou a saúde como sua maior preocupação (IBOPE, 2010).
Este é, então, um tema presente no cotidiano dos brasileiros, principalmente aqueles que dependem do sistema público de saúde.
No Brasil, quando necessita de atenção à saúde, o cidadão tem três opções de acesso: (a) particular, arcando com as despesas decorrentes do atendimento; (b) plano ou seguro de saúde privado, pagando as contribuições previstas nos contratos; (c)
Sistema Único de Saúde (SUS), que é financiado pelos tributos e contribuições arrecadados pelo governo, e pelo qual o cidadão não paga diretamente. Em março/2010, cerca de 22,6% da população possuía plano de assistência médica privada (ANS, 2010).
Com isso, se conclui que, potencialmente, quase 77% dos brasileiros dependem exclusivamente do SUS no atendimento a saúde, uma vez que os acessos a tratamentos particulares são pouco significativos. Este grande número de usuários sobrecarrega o sistema público de saúde, fazendo com que apareçam gargalos que provocam deficiências no atendimento.
Não bastasse o problema em si, que é grave, o país convive com discussões travadas por correntes de pensamento que encaram as causas e as soluções