O SURGIMENTO DE UMA NOVA FERRAMENTA, A GRAFOSCOPIA
Em 1º de março de 1932, em Englewood, Estado de Nova Jersey, ocorreu o sequestro de Charles Lindbergh Jr., filho do aviador americano Charles Lindbergh. No local do sequestro foram identificados vários vestígios, dentro os quais, marcas de pegadas, uma escada de madeira fabricada artesanalmente e um bilhete de resgate posto sob a soleira da janela do quarto.
No período aproximado de 30 meses, entre a noite do sequestro até a prisão de Bruno Richard Hauptmann, em 19 de setembro de 1934, foram recebidos e/ou encontrados 14 bilhetes de resgate, sendo o primeiro deles aquele encontrado na noite do resgate, ilustrado nas Figuras 1 e 2. Fato marcante nos bilhetes foi a presença de 3 perfurações alternadas em círculos sobrepostos na parte inferior do anverso destes, isso foi de grande valia na diferenciação de bilhetes falsos que surgiram durante as investigações daqueles que realmente foram produzidos pelo sequestrador.
Figuras 1 e 2 – Ilustram o verso e o anverso do 1º bilhete de resgate do caso do sequestro de Charles Lindbergh Jr., encontrado no quarto da criança, em 01/03/1932.
Um dos principais elementos probatórios no julgamento de Hauptmann foram as análises grafoscópicas feitas nos bilhetes de resgate.
As análises documentais nos bilhetes de resgate ocorreram durante todo o período de investigação, sendo efetuadas pelos principais especialistas em grafoscopia nos EUA. Nos estágios iniciais das análises ficou claro que a grafia apresentava claros sinais de disfarce, sendo em algumas partes efetuada com a mão esquerda e em outros com a destra. Outro fato marcante nos bilhetes foram os erros de ortografia e gramática, bem como forma de escrita típica dos observados em estrangeiros com pouco conhecimento do inglês. Os erros apontavam para um suspeito com ascendência germânica. Podem-se relacionar algumas das características que indicavam a ascendência do autor do sequestro, tais como, a expressão