O Subjetivismo Racionalista: a Economia de Bentham, Say e Senior
O Subjetivismo Racionalista: a Economia de Bentham, Say e Senior (pp. 119-145). Sexto Capítulo.
“[A maior especialização da produção] significava um aumento da interdependência social; esta maior interdependência, porém, não era sentida como uma dependência de outros seres humanos, mas como uma dependência pessoal, individual, de uma instituição social que não era humana – o mercado.”
“(...) as forças da concorrência do mercado eram vistas como leis naturais e imutáveis, inteiramente semelhantes às leis da natureza.”
“Os fundamentos intelectuais da teoria da utilidade são: (I) a consciência dessas condições humanas especiais, provoca das pelo modo de produção capitalista e (2) a projeção universal ou generalização destas condições como características profundas, inalteráveis e naturais de todos os seres humanos em todas as sociedades.”
“(...) A especialização do trabalho e o isolamento dos produtores levaram os indivíduos a considerar-se não como parte integrante de um todo socioeconômico interligado e interdependente, mas como unidades isoladas, atomizadas, cada qual preocupada com sua própria sobrevivência contra as forças impessoais e imutáveis do mercado. (...) Assim, cada pessoa passava a ser vista como fundamentalmente egoísta e como um antagonista e combatente natural de seu semelhante. (...) O Leviathan, de Thomas Hobbes, publicado em 1651, expôs, de maneira bastante objetiva, uma opinião muito difundida: todos os motivos humanos advinham de um desejo egoísta do que quer que promovesse o "movimento vital" do organismo individual (pessoa). (...) Hobbes escreveu numa época em que as características do capitalismo ainda estavam misturadas com as da ordem social medieval. Embora advogasse a submissão a um monarca absoluto como meio de escapar ao conflito brutal entre as pessoas, autores posteriores que aceitavam esta visão da natureza humana