O Sindicalismo no Mundo
Sebastião Soares
A organização sindical do mundo do trabalho passou por mudanças importantes nos últimos anos no plano internacional, com o desaparecimento da Confederação Mundial do Trabalho – CMT e da Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres- CIOSL para criação da Central Sindical Internacional-CSI, em novembro de 2006, com a hegemonia interna do tradeunionismo norte-americano, a social democracia europeia e a democracia cristã, através da CMT que tem representação mínima e já estava em fase terminal.
Com este novo arranjo, o movimento sindical internacional se organiza em apenas duas grandes centrais sindicais mundiais, a Central Sindical Internacional-CSI, com elevado poder financeiro, pois, diz representar 166 milhões de trabalhadores em 156 países, através de mais de 300 entidades sindicais nacionais filiadas; e a Federação Sindical Mundial-FSM, que perdeu bases importantes com a falência da União Soviética e o desmonte do bloco dos países do socialismo real. Nos últimos anos a FSM conseguiu se reerguer, apesar das limitações que ainda enfrenta. Antes da fundação da CSI foram realizados os congressos de dissolução da CIOSL e da CMT, com resistências internas entre correntes da democrata-cristã que denunciavam a fusão como um desastre para a CMT que perderia a sua fisionomia uma vez que seria absorvida pela CIOSL no âmbito da nova entidade criada.
Esse processo ocorreu em um momento de grande debilidade por parte do movimento sindical internacional, dado que a crise mundial do capitalismo e as políticas de arrocho sobre o trabalho com as práticas neoliberais produziram consequências e debilitaram tanto a CMT quanto a CIOSL, com a queda permanente das taxas de sindicalização, especialmente na Europa; a perda de poder de negociação dos sindicatos, que não conseguem conter a ofensiva do capital sobre os direitos do trabalho; a redução da influência do movimento sindical, que perde credibilidade na