o serviço social
1. Introdução
Nos últimos trinta anos da história do Brasil o Serviço Social foi uma das profissões que mais sofreram impactos nesta determinada época. Isto se deu pelo fato de ter sofrido várias mudanças ocorridas nesse período, e por causa da ruptura que realizou entre seu passado e seu presente.
A partir do final da década de 1970 e início da década de 1980, o Brasil vivia um processo sociopolítico que exigia posicionamento político e afirmação clara de compromisso com relação aos interesses sociais em disputa. De um lado, os interesses das classes dominantes, representados e defendidos pelo Estado e suas instituições. De outro, os interesses dos trabalhadores e da maioria da população excluída econômica, social, cultural e politicamente. E os assistentes sociais, por sua vez, na condição de agentes institucionais operadores das políticas sociais públicas, tinham a função de mediar esses interesses contraditórios e de administrar os conflitos gerados. A atuação profissional dos assistentes sociais se caracterizava, sobretudo, por posições reativas e de adaptação passiva à realidade.
Foi exatamente essa realidade da profissão que começou a ser questionada pelos assistentes sociais comprometidos e engajados no processo político que culminou com o fim da ditadura militar e a redemocratização do país. Em 1979 um ato histórico para a trajetória do Serviço Social foi idealizado. Trata-se da construção do projeto ético-político profissional, síntese e continuidade do processo da “virada”, numa alusão ao III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado em São Paulo, denominado “Congresso da Virada”.
Neste ano tornou-se emblemático por ser o tempo de florescimento das possibilidades objetivas e subjetivas que permitiram às forças políticas do trabalho expressar suas lutas pela implementação do Estado de Direito após o nefasto período de vigência da ditadura militar no Brasil, que ceifou as mais corajosas formas de