O sapo e o buraco
Um dia, nasceu um sapinho e, quase que no momento do seu nascimento, ingênua e inadvertidamente, caiu num buraco: poft! Ali ficou. Era razoavelmente amplo, tinha água, era escurinho, aquecido, livre de perigos, havia o necessário para a sua sobrevivência, enfim, era um mundo maravilhoso aquele seu buraco. O tempo foi passando, o sapinho transformou-se em sapo, em sapão... e um sapão gordo, inchado e numa zona de conforto, daquela que ele pediu a Deus. Num certo dia, ele acorda em meio a um barulho estranho e novo, para o mundo em que vivia: caiu bem perto dele, um bicho estranho e meio peçonhento. “- Ué! Quem é você? !” – pergunta ele, assustado. “- Sou um sapo, ora”! – respondeu o estranho visitante. “-Mas, sapo sou eu!” – questionou o habitante do buraco. “-Meu amigo, existem milhares de sapos no mundo lá fora”. – retrucou o outro. “- Mundo lá fora?! Como assim?” – indagou o dono do buraco. “- É meu amigo”... o mundo lá fora é maravilhoso. E uma das coisas que faz como que ele seja mais maravilhoso ainda, são umas criaturinhas especiais, razão maior da nossa vida de sapo: as sapinhas. “Além disso- continuou ele - é magnífico o entardecer, quando ficamos todos juntos, cantando nas lagoas e nos alimentando dos mosquitos que voam desgovernados.” “- lagoas?! Mosquitos?! – mais surpresa para o velho e acomodado sapo. “– E tem mais : quando anoitece, é lindo o céu cheio de estrelas!” – ressaltou romanticamente , o sapinho sapeca. “– Epa ! Aí você não me pega. Eu, também, todas as noites, consigo contar quatro ou cinco estrelas, vistas daqui de casa.” – gabou-se o acomodado. “- Pois é, meu amigo. Aí é que esta a nossa diferença: eu posso contar, aliás, nem posso, pois são milhões e milhões de estrelas...” E assim, o sapinho sapeca foi dissertando sobre as belezas e vantagens do mundo lá fora. Mas, parou um pouco e, reflexivamente, prosseguiu: “– Por outro lado, tem um bicho terrível, do qual