O Sagrado, a Criação e a Criatura sob a perspectiva da Antropologia Visual
Este presente artigo propõe analisar a vinculação da imagem como forma artística dentro do contexto religioso. Nesta perspectiva, abordar-se-á as relações no conceito antropológico entre a criação (imagem) e a criatura (ser humano). O foco desta interpretação recairá em analisar os processos de construção da antropologia visual entre a obra de arte, o sujeito e suas interfaces com o Sagrado. Sob esta ótica, compreender a imagem como um veículo de interação criativa no imaginário individual e coletivo, e corresponsável pelo desenvolvimento dos sentidos na cognição humana. Esta dimensão empírica e cultural constrói um diálogo entre sujeito que conhece, com o sujeito que ele conhece. Neste sentido, assume incessantemente, uma relação social que se constituem reciprocamente. A criatura usa necessariamente sua cultura; a criação é suficientemente usada por ela. Entre meio a esta essencial relação, respectivamente, evidencia ao ser sua constante dialética com o divino, com o transcendente.
Palavras-chave: Criação, Criatura, Sagrado, Antropologia Visual.
Considerações iniciais
Desde longo tempo que as criações artísticas ostentadas pela arte assumem um importante valor e destaque na vida e no mundo circundante do ser humano e de sua existência histórica. Sob esta perspectiva, a expressividade obtida e encontrada nas formas por meio da arte, possibilita um delinear de épocas. Neste sentido, suas contribuições proporcionam o entendimento de registros antigos, assim como, a movimentos históricos, socioculturais e religiosos. Além de ser um dos principais veículos de comunicação dos povos. A arte e suas manifestações permitem diagnosticar a historicidade de vidas, fatos relevantes que marcaram a trajetória do ser humano, especialmente seus procedimentos e estudos, permitem recordar e manter viva a memória individual e coletiva. Esta construção cognitiva da criação em meio à criatura permite a edificação de valores simbólicos, a construção da memória e a