O romantismo

Este trabalho pretende traçar um breve panorama de algumas questões que se relacionam com o Romantismo quer quanto à sua natureza quer quanto ao âmbito temático e ideológico mas também os autores e obras que caracterizam a complexa hegemonia no período que vai da modernidade em torno de 1820 até à década de 1880. Claramente o vocábulo Romantismo tem sua origem no romance ou romanço derivado do latim, assim denominada a língua vulgar, em verso ou em prosa alargando-se também à literatura romanesca medieval, que permanecerá fonte de inspiração para os românticos dos século XIX, graças ao prestígio do ideal místico-cavaleiresco e da livre expansão dos impulsos. Posteriormente, a palavra adjectivada nutre uma visão sentimental gerada em Inglaterra e em França mormente com Jean-Jacques Rosseau e, por fim, em Alemanha dá ao termo Romantismus um sentido, que até hoje predomina na literatura europeia, abarcando na mesma aspiração o ideal artístico e o amor da liberdade, em reacção irreversível aos formalismos clássico e neoclássicos.
A par disso, a aceleração da evolução em todos os domínios nomeadamente o progresso da imprensa a partir de 1820 e o desenvolvimento de um novo gosto literário contribuem para a complexidade galopante das coisas mostrando a busca do homem pelos significados ocultos do universo. A primeira constatação deste género literário associou-se à renovação da ideologia em 1820: a ideia de que há por trás da aparência das coisas, um segredo, que o mundo visível é como uma invólucro que se deve perfurar para apreender a substância da realidade, assim a literatura romanesca vai privilegiar o culto do “eu”, o estado de espírito, a emoção, o pensamento livre em sintonia com a natureza fonte natural de inspiração. O mundo não é mais idealizado, nas mentes jovens, como um prémio a conquistar, nem sequer como um enigma a desvendar, mas como uma realidade a transformar. Naturalmente, a literatura vivendo de renovações e de novos ideais que circulam na Europa