O retrato de dorian gray e o ser platônico
A obra O Retrato de Dorian Gray é um clássico da literatura mundial, seu enredo apresenta temas atuais, como, por exemplo: reflexões quanto ao caráter das pessoas, o valor da beleza física na sociedade, a vaidade e a juventude a qualquer preço. Pode analisar acima desta também o bem, o belo e o justo presente no ser platônico, que em parte da obra pode ser personalizado pelo próprio Dorian Gray. Tais preceitos presentes para o ser de Platão podem ser encaixados na Alegoria da Caverna, obra do mesmo genial filósofo, que analisa o mundo das ideias, fora da caverna iluminado de sabedoria e o mundo do devir, o mundo das sombras e representações. A caverna é o mundo ao nosso redor, físico, sensível em que as imagens prevalecem sobre os conceitos, formando em nós opiniões por vezes errôneas e equivocadas, (pré-conceitos, pré-juízos). Quando começamos a descobrir a verdade, temos dificuldade para entender e apanhar o real (ofuscamento da visão ao sair da caverna) e para isso, precisamos nos esforçar, estudar, aprender, querer saber. O mundo fora da caverna representa o mundo real, que para Platão é o mundo inteligível por possuir Formas ou Ideias que guardam consigo uma identidade indestrutível e imóvel, garantindo o conhecimento dos seres sensíveis. O inteligível é o reino das matemáticas que são o modo como apreendemos o mundo e construímos o saber humano. A descida é a vontade ou a obrigação moral que o homem esclarecido tem de ajudar os seus semelhantes a saírem do mundo da ignorância e do mal para construírem um mundo (Estado) mais justo, com sabedoria. O Sol representa a Ideia suprema de Bem, ente supremo que governa o inteligível, permite ao homem conhecer e de onde deriva toda a realidade. ( CABRAL, O Mito da Caverna de Platão)
Em superficial caracterização para apresentação dos principais personagens da obra a ser analisada, podemos colocar: Dorian Gray, homem inocente, novo na sociedade da obra que no início representa o próprio ser platônico