O retorno do bom governo
O texto do professor de Ética e Filosofia Renato Janine Ribeiro faz uma abordagem da trajetória política da modernidade, sendo esta entendida como a fase posterior ao período histórico conhecido como Idade Média.
O estudo do Professor Ribeiro toma por ponto de partida a idéia de “bom governo”, a qual, conforme descreve em seu trabalho, organizada pelo pensamento tomista, era o “guia político” do período medieval, orientada pela moral e pela religião.
Conforme se lê do artigo, o período predecessor da modernidade centralizava o poder na figura de uma pessoa, o monarca/príncipe, o qual o exercitava como bom rei ou como tirano. Nestes dois casos, destaca o autor, falta ao governante o elemento legitimidade, também entendida pelo autor como “afeto”.
A linha ideológica diretora da política medieval era capitaneada, de acordo com o autor, por teóricos como Thomas Morus e Nicolau Maquiavel.
Sucedendo a concepção medieval centralizadora, passou-se (por exemplo, com Hobbes) a entender que o exercício do poder dependia do já mencionado afeto, ou seja, com necessidade de consentimento de outros.
Do pensamento hobesiano, aporta-se à idéia de democracia que, segundo o autor, passou por uma breve modificação, importando atualmente em que: 1) a vontade geral é representada pelo voto universal, dentro de limites impostos pelas leis; 2) neste regime devem ser observados e respeitados os direitos fundamentais da população.
Em um novo momento do texto, chega o Professor Janine à concepção democrática atual e as implicações da moral e da religião sobre ela, ilustrando o esboço teórico com exemplos reais, segundo os quais a democracia acaba se fortalecendo nos Estados onde a população consegue fazer a distinção entre a moral e religião em relação à política. Existe nas democracias fortalecidas a ciência por parte de seus povos de que os aspectos moral e religioso pertecem ao foro íntimo de cada participante da coletividade, devendo a política