- O relógio de ouro e esaú e jacó - as possíveis manifestações dos ciúmes na obra de machado de assis
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
“Um verme asqueroso e feio,
Gerado em lodo mortal,
Busca esta flor virginal
E vai dormir-lhe no seio.”
Não é incomum que o ciúme seja o grande protagonista em obras dos mais diversos gêneros artísticos na cultura mundial. Dentre os mais conhecidos, encontramos a peça Otelo, de Shakespeare, o livro S. Bernardo, de Graciliano Ramos, e diversas obras de Machado de Assis, dentre elas o conhecidíssimo Dom Casmurro. Podemos ainda mencionar “O Verme”, que nos versos acima representados demonstra a ação dessa criatura que destrói, de dentro para fora, a delicada flor. Machado não faz rodeios ao explicar para o leitor que “Esta flor é o coração / Aquele verme o ciúme”. Helen Caldwell, em O Otelo Brasileiro, afirma que as acusações da parte de Bento Santiago contra Capitolina “fundamentam-se no excessivo ciúme que Bentinho nutria pela amada”. Machado de Assis foi um dos melhores quando se tratou de demonstrar as complicadas relações humanas.
Para que tenhamos uma ideia do significado dado a esse sentimento que nos é conhecido, O Aurélio o define como “1. Sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade, fazem nascer em alguém; zelos. 2. Emulação, competição, rivalidade. 3. Despeito invejoso; inveja. 4. Receio de perder alguma coisa; cuidado, zelo”.
Esse trabalho visa constatar as diferentes manifestações dos ciúmes em duas obras importantes de Machado de Assis.
O Relógio de Ouro
“1. Sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade, fazem nascer em alguém; zelos.”
“Agora contarei a história do relógio de ouro”. Com tais palavras começa esse conto de Machado, que embora curto, nos faz pensar em muitos aspectos do relacionamento de suas personagens. Resumindo-o brevemente, Luís Negreiros chega em