O reinando de Atlantica
A vontade de se equiparar a indústria cinematográfica hollywoodiana levou um grupo de profissionais a criar uma produtora em meados de 1941 no Rio de Janeiro. Seu intuito era que mantivesse o mesmo nível de qualidade técnica e estética americana. Grandes profissionais da área na época se juntaram para dar segmento ao projeto, dentre eles o produtor e diretor Moacyr Fenelon, o diretor José Carlos Burle, o roteirista Alinor Azevedo e o fotógrafo Edgar Brasil. Além deste objetivo já ter sido traçado os fundadores da produtora tinham de se preocupar em se manter no mercado tendo em vista o fator econômico do país.
A produtora batizada de Atlântida tem em seu histórico um manifesto redigido por seus criadores que expõe as premissas para seu desenvolvimento, e pregava acima de tudo que a indústria cinematográfica era “pobre” por falta de incentivos financeiros, daí o motivo de o país também não progredir como deveria.
Por ser uma sociedade anônima e sem capital próprio, teve de tomar certas medidas para se sustentar. Foram elas: As vendas de ações populares de porta em porta junto com um exemplar da revista Scena Muda e o apoio do Jornal do Brasil, onde por sua vez foi a primeira sede da produtora. As relações com o jornal foram estabelecidas pelos irmãos Paulo e José Carlos Burle onde o diretor escrevia uma coluna sobre rádio.
A partir de 1943, Atlântida lançou seu primeiro grande sucesso, a película Moleque Tião, um roteiro adaptado sobre a vida do Grande Otelo: o protagonista. A partir desta obra e do grande sucesso, ela entendeu que poderia custear seus filmes a partir da bilheteria de seus já produzidos, sendo assim ficou marcada pela sua qualidade de fazer longas com produções rápidas, de baixo custo e com roteiros simples e despretensiosos. Com o grande sucesso a produtora garantiu vida longa no mercado e reais possibilidades de lucro através de produções para os segmentos sociais mais populares.
Os filmes eram transmitidos pelos