O Racismo subjetivo e a subjetividade Domingos Sousa
Raimundo José da Silva de “O Mulato” de Aluísio Azevedo e Tadeu
Canhoto em “ Tenda dos Milagres “de Jorge Amado
DOMINGOS OLIVEIRA DE SOUSA1
Este artigo tem como propósito tratar de práticas de racismo, inclusão e exclusão racial das personagens afrodescendentes na literatura brasileira: Raimundo José da
Silva e Tadeu Canhoto das respectivas narrativas “O Mulato” de Aluísio Azevedo e em “Tenda dos Milagres” de Jorge Amado. As interações entre o eu e outro nas relações raciais que traduzem contextos na sociedade brasileira e nas suas representações da literatura do século XIX assim como no modernismo brasileiro no século XX. Seja do ponto de vista do racismo subjetivo assim como da subjetividade do racismo.
Palavras - chave
Literatura brasileira, Identidade, Etnicidade, Racismo, Inclusão e Exclusão Racial
O primeiro se encontra do ponto de vista do existir do afrodescendente, que sempre estará em dúvida em sua capacidade cognitiva e o desenvolvimento da mesma.
Este é lido socialmente como alguém inferior, violento, impedido de possuir sentimentos e emoções como: carinho, ternura, amor e afins. Há uma leitura racial que entende o sujeito afrodescendente como alguém insensível, um infrator, popularmente bandido, marginal, alguém fora da lei. Neste contexto é que transitam as relações raciais e de inclusão e exclusão das narrativas destes autores brasileiros.
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Domingos Oliveira de Sousa é pesquisador do NGEALC (Núcleo de Estudos Africanos e
Afrobrasileiros de Língua e Culturas da Universidade do Estado da Bahia). Pós – Graduado em Estudos
Culturais pela Universidade Fernando Pessoa. Porto – Portugal. dommingos2@hotmail.com
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Este olhar desenvolve-se a partir de uma estética que se concretiza através da cor da pele, da espessura dos lábios, do formato das narinas, da textura dos cabelos, do jeito de andar, das roupas que fazem uso, da pratica religiosa, assim como dos modos de ser e estar. Do