O quinze - rachel de queiroz
Primeiro romance de Rachel de Queiroz, O Quinze, foi sua estréia na literatura brasileira. Em 1930, com apenas 20 anos de idade era quase uma desconhecida escritora que viria então para mostrar a vida triste e em muitas vezes humilhante dos caboclos que passam pela seca do sertão. O romance nordestino foi alavancado com O Quinze e as criticas vindas de autores já conhecidos eram positivas, como por exemplo, Augusto Frederico Schmidt que foi também o primeiro no Rio a escrever sobre ela e, Graça Aranha que também manifestou admiração a estreante.
Tendo em sua primeira edição apenas 1000 exemplares impressos no então conhecido Estabelecimento Gráfico Urânia, de Fortaleza, o livro foi uma base para os romances que viriam. O próximo, João Manuel fora publicado em 1932, apenas um ano após O Quinze, confirmando o talento e capacidade produtiva da autora.
A história chocante da situação de quem vive a espera de um pouco de água e um prato de comida a mercê da boa vontade dos mais bem dotados se mistura com um romance que conduz o leitor até o final do livro com o anseio por mais, talvez a mais pura e inocente das histórias de amor que surgem por essas estradas cansativas do sertão. Rachel retratou a realidade do nordestino com ricos detalhes, a fome, miséria, e morte, como se lidar com essa situação quando a batalha é unicamente em busca da fonte da vida.
Trouxe como forte exemplo o personagem Chico Bento, que tinha o anseio de poder vida boa dar aos seus cinco filhos e viu-se de uma maneira assustadora vítima da pobreza e da sofrida perca, a morte de um filho. Casado com Mocinha, o casal conheceu o dia-a-dia de quem anda de canto em canto a procura de comida, antes bem em fazenda no Quixadá e agora sem rumo, sem casa, só com os filhos que, com a morte do primeiro já encontravam-se cabisbaixos e quase esqueléticos de fome. Outro foi perdido em viajem, não amanheceu junto deles e o terceiro, já dentinho, foi adotado pela madrinha