O que é sociologia
Calos Martins pretende com o primeiro capítulo de seu livro mostrar como ocorreu o surgimento da sociologia como uma disciplina distinta da economia e da filosofia. A principal tese defendida por Martins neste capítulo e que a sociologia surge de dois fatores:
1. A expansão do capitalismo e o surgimento de uma nova classe de problemas sociais que são ponto de partida para o estudo da sociologia: com o avanço do capitalismo ocorre uma quebra nas sociedades feudais. O aumento do êxodo rural e o superpovoamento das cidades industriais, junto com os baixos salários e a falta de condições dignas de sobrevivência geram o aumento da prostituição, do crime e da mortalidade. Estes passam a ser problemas sociais e surge então uma nova classe de pensadores interessados em agir de forma ativa na vida social e resolver tais problemas.
2. A necessidade de uma nova corrente de pensamento que justificasse os desejos da burguesia: em seu início a classe burguesa era revolucionária. Este caráter revolucionário da classe burguesa foi inspirado pelas principais correntes filosóficas e científicas da época que pretendiam utilizar a razão para explicar os fatos e eventos. Neste momento, surge uma corrente de pensamento revolucionária que visa a quebra das tradições feudais e do regime monárquico. Esta corrente é amplamente apoiada pela burguesia. Posteriormente, com o fim da revolução burguesa, os burgueses percebem o perigo das ideias revolucionarias que alimentavam a nova classe que surgia - o proletariado - contra os próprios burgueses. Assim, surge uma nova corrente de pensadores que se preocupam com a manutenção da ordem social e com a exatidão de suas descrições (positivistas).
Podemos notar na análise de Martins que a sociologia começa como uma ciência contestadora e ativa e que ao longo do tempo, sobre a influência da burguesia, passa a buscar a exatidão de fatos e a ordem social, perdendo assim o seu caráter contestador.
Capítulo II - a