o que é realmente cultura?
“Por cultura entendo a mais intensa vida interior, a de mais batalha, a de mais inquietação, a de mais ânsia.”(Miguel Unamuno)
Roberto DaMatta nasceu em 29 de julho de 1936, em Niterói (Rio de janeiro). Estudou História na Universidade Federal Fluminense e é especializado em antropologia social. Atualmente, é professor da PUC-RJ e da UFF. Além disso escreve mais de uma centena de ensaios técnicos, inúmeros artigos para os principais jornais do país e do exterior (inclusive para o New York Times) e publicou onze livros, dos quais se destacam como marcos do pensamento antropológico brasileiro os seguintes ensaios e monografias: Um Mundo Dividido: A Estrutura Social dos Apinayé; Carnavais, Malandros e Heróis; Relativizando: Uma Introdução à Antropologia Social.
Em 1981, além de publicar seu livro Relativizando: Uma Introduçao à Antropologia Social, DaMatta redigiu um texto, Você tem Cultura?, no Jornal da Embratel. Contando a história de Maria, ele mostra como a palavra cultura é usada erroneamente como sinônimo de sofisticação, sabedoria e educação, onde é necessário ter muitas leituras e operações mentais. É como se a cultura seguisse “regras”. Assim, pareceria uma boa forma para entender as diferenças entre os homens e as sociedades, e não por meios geográficos ou raciais, como se dizia no passado. Algumas sociedades desenvolveram-se de formas diferentes, com pontecialidades diferentes, ou seja, não significa que uma seja mais adiantada que a outra.
Um exemplo disso é o cantor de Funk McGarden¹ que seria considerado sem cultura, por cantar essse tipo de música. Para pessoas de uma classe social alta, sua canção seria considerada “de favelada”, o que pode ser relacionada por ter tido um aprendizado diferente e, assim, dizer que ele não tem cultura por não ler uma certa quantidade de livros ou até quantas línguas ele é capaz de falar. McGarden¹ é autor da música Isso É Brasil, na qual são listados problemas atuais da sociedade